Esse sertão seco que, de mim, espremeu a água, foi a faísca que me acendeu. Agora corra e se esconda porque, se eu te encontrar, cravo as mãos na terra e percorro as veias desse corpo morto como o pavio de uma bomba. Queimo até evaporar a última lágrima. E não me apago.
Mas olho pra trás ao ir embora e coloco nas mãos da terra e do etéreo, o desejo infindável de que uma flor nasça dessa seca incendiária. Por que a responsabilidade de florir esse solo sem água, não quero carregar mais. Agora eu sou o diabo dessa terra de sol e eu vou gozar ao ver tudo queimar.